segunda-feira, 15 de maio de 2017

Abolição da Escravatura é tema de debates no Projeto Aruanda

Slogan oficial do projeto
Foto: Renata Ramos
O projeto Aruanda realizou uma intervenção nos dias 11 e 12 de maio, intitulada “13 de maio não se comemora, se luta”. A ação aconteceu na rua coberta do Campus II da Universidade Feevale e contou com um pocket show realizado pela banda 50 Tons de Pretas, na quinta-feira, e por uma aula aberta, na sexta-feira, cujo objetivo era debater sobre a imprensa negra no Rio Grande do Sul. As atividades ocorreram em alusão ao dia 13 de maio, marcado como a data oficial da Abolição da Escravatura e como o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo, e tinham como intuito desconstruir o imaginário acerca das datas e a conscientização sobre o combate ao racismo.

A banda 50 Tons de Pretas deu início as atrações do projeto Aruanda na quinta-feira com um show repleto de músicas voltadas para a cultura afro, com fortes influências no samba de raiz. A banda é composta por cinco integrantes que residem na cidade de Campo Bom, que resolveram se juntar para apresentar a cultura afro para cada vez mais pessoas. A vocalista da banda, Monique Cunha, fala que a música foi a melhor maneira que elas encontraram para fazer isso. “Antes de nós, nunca vimos ninguém representar a música afro na cidade, ou seja, nós somos as precursoras, pois fomos as primeiras a tocar samba de raiz, entre outros estilos de origem afro, em uma cidade predominantemente alemã”, comenta.


O Show pocket da banda 50 Tons de Pretas embalou o público
Foto: Jade Guimarães
Outra atividade do projeto foi a aula aberta Intelectuais e imprensa negra no Rio Grande do Sul, que aconteceu no auditório de Pós-Graduação, localizado na sala 200B do prédio lilás. A aula foi organizada através da disciplina de Diversidade, Conflitos Sociais e Direitos Humanos, em parceria com o Programa de extensão NIARA – Nutrindo Identidades e Afirmações Raciais e contou com uma palestra com o professor José Antônio dos Santos. O professor falou a respeito da cultura africana no Brasil, principalmente na representação da mesma através da mídia tradicional e instigou os participantes a discutir a respeito do tema através de perguntas.

Sobre o Projeto Aruanda

Criado em 2015, o projeto visa estimular a visibilidade social, a autoestima e o protagonismo político-cultural de jovens pertencentes a comunidades negras da cidade de Novo Hamburgo. Nesse sentido, parte importante do trabalho é estimular os jovens beneficiários e os acadêmicos da Universidade Feevale a disseminar o conhecimento obtido e as reflexões feitas ao longo de sua experiência junto ao projeto. Andressa Lima é uma das voluntárias que trabalhou no projeto Aruanda. Ela está no sétimo semestre de jornalismo na Universidade Feevale e acredita que esse dia representa uma luta que as pessoas com origem africana tem todos os dias.  travam diariamente. "Eu achei que era um ótimo momento para discutirmos o assunto dentro da Universidade, pois esse evento representa uma resistência para nós, no momento em que demonstramos que ainda estamos lutando pelos nossos direitos", destaca Andressa. 


Andrei Souza, acadêmico do 5º semestre de Jornalismo na Universidade Feevale

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