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Imagem: Divulgação |
O repórter
cinematográfico da RBS TV, Glaucius Oliveira nos conta um pouco das
experiências que teve nesses mais de 20 anos de profissão. Glaucius é formado
em jornalismo pela Universidade Feevale e já produziu diversas reportagens que
foram veiculadas no Jornal Nacional e no Fantástico. Confira!
Como foi tua entrada no mercado de
trabalho como repórter cinematográfico?
Comecei a atuar como repórter cinematográfico já faz mais de 20 anos.
Mas, durante todo esse período tiveram umas diferenças:
quando eu tinha 10 anos de profissão eu resolvi fazer a minha graduação,
vim pra Feevale e me formei em jornalismo aqui e depois retornei ao mercado.
Agora faz mais de seis anos que estou de volta e voltei a trabalhar em emissora
de TV.
Nesse período, como tu avalia a
evolução da profissão do repórter cinematográfico?
Eu sou uma prova viva dessa mudança e desse novo jeito de fazer
jornalismo através do repórter cinematográfico. A tendência do jornalismo é
ficar cada vez mais próximo da população, do telespectador. Com essa mudança,
os veículos de comunicação começaram a investir mais nesses profissionais da
imagem, a televisão começou a investir mais nisso. Com a minha graduação,
fiquei apto a participar de coisas que antes nas emissoras, eu não tinha
acesso. Hoje a RBS TV me contratou porque eu sou formado em jornalismo, esse
era um pré-requisito, a vaga era para um jornalista que fosse cinegrafista.
Mas, também tem um outro viés: melhora a
qualificação, melhora o salário. Então, a partir daí tu tem acesso a coisas que
não tinha antes, por exemplo, as vezes eu saio para gravar uma reportagem
sozinho — eu só não gravo o boletim do repórter,
mas trago as informações e fecho o texto, se tiver que fechar. Mas claro que ainda
continua sendo uma equipe: o repórter, o
cinegrafista — no mínimo duas pessoas, mas a tendência é mudar aos poucos. A RBS TV viu isso e está apostando nesse viés de
contratar jornalistas que queiram ficar atrás das lentes.
Qual a importância do repórter
cinematográfico na construção da reportagem?
Com esse novo formato, o olhar dele é próximo e ao mesmo tempo igual ao
do repórter que aparece no vídeo. A equipe é bem coesa — dois profissionais — e
isso facilitou porque o repórter do vídeo pergunta bastante a nossa opinião,
porque ele sabe que o cara que está com ele tem formação, conversa mais sobre o
texto, o boletim, as imagens. Por outro lado, eu como cinegrafista, falo para
ele: Fiz tal imagem, quem sabe você fala disso e mostra também aquela outra
imagem. Hoje saímos para gravar pensando
como aquilo vai impactar as pessoas que estão em casa.
As vezes não é fácil, porque nos deparamos com situações que não são comuns,
mas tentamos fazer um produto diferenciado.
Teve alguma reportagem que você não esquece?
É difícil destacar uma depois de 20 anos. Mas foram vários momentos
interessantes. O interessante do jornalismo é que não tem rotina, cada dia que
saímos para uma reportagem é uma coisa diferente. Mas, assim, para me lembrar de um específico é difícil. Temos
por exemplo, reportagens que foram para o Fantástico, Jornal Nacional e, para mim, uma que
impactou bastante foi sobre o caso de um advogado em Passo Fundo que estava
desviando dinheiro de pessoas que compravam telefones. Essa reportagem causou
um impacto tão grande que começamos a perder a noção. Quando
o veículo de comunicação tem um impacto grande em uma reportagem, as pessoas
começam a te falar sobre aquele assunto. E esse assunto me deixou bem feliz porque
comecei a trabalhar com o Jonas Campos e assim, tive a oportunidade de fazer
coisas que eu não tinha feito até então. Ele é experiente e aprendemos muito um
com o outro.
Em relação a profissionais da área,
tem alguém que você admira pelo trabalho?
Tem vários, mas tem um que admiro que é o Paulo Zero, da Rede Globo. Para mim é um profissional que dispensa comentários.
O estilo dele me impacta muito porque ele não faz uma imagem só por fazer. Ele
está há muitos anos na empresa, hoje é responsável pela imagem da Rede Globo, em
tudo que tem imagem ele está envolvido. Ele é impressionante pelo conteúdo que ele
tem, pelas reportagens que já fez. É um exemplo.
E como você faz para buscar
atualizações na profissão?
A todo o momento temos que buscar soluções. Estou sempre pesquisando e
assistindo todos os telejornais que posso, até em outras línguas, para ver o
que outros caras estão fazendo. E, além disso, na Rede Globo, temos acesso a um
treinamento anual, encontro com profissionais como Paulo Zero e falamos sobre o
dia a dia e as mudanças. A troca de experiências é muito importante.
Assista a entrevista na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=NEaTTa0oLMg
Solange Neitzke, acadêmica de jornalismo.
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