sexta-feira, 14 de março de 2014

As várias faces de Hell

Hector Eduardo Babenco nasceu em Mar del Plata, na Argentina e erradicou-se no Brasil aos 19 anos. Quando jovem trabalhou como figurante de diretores italianos, como Sergio Corbucci e Giorgio Ferroni, além do espanhol Mario Camus. Com ascendência judaico-ucraniana, Babenco já dirigiu também atores americanos e mexicanos. Agora ele conduz a peça Hell, passada na França, mas que assim como ele, tem contato direto com o mundo inteiro.

Pseudônimo da escritora Lolita Pille, Hell é uma garota rica e fútil que passa sua vida em meio a drogas, consumo e principalmente ao vazio que sente diante disso tudo. “Ela é tudo isso que você não enxerga, mas que muitos gostariam de ser. Ela é o próprio vazio, preenchido por figurinos e drogas que a tornam diferente do resto”, comenta Bárbara Paz, que interpreta a protagonista. Em dado momento Hell conhece Andrea, um rapaz que vive no mesmo meio que ela. Bárbara destaca que “esse é o ponto alto da peça, como uma ópera. O que acontece quando duas pessoas que vivem igualmente nesse universo se encontram e se apaixonam”? O ator André Bankoff, que interpreta o jovem francês, destaca: “As Hells e os Andreas estão em todos os lugares. É o consumo desenfreado, seja de roupas, drogas, diversão ou bebida. A família dá todo suporte e manutenção para esses vícios, mas a base da educação em casa não é dada, pelo contrário, é só suprida com dinheiro”.


Crédito: João Caldas

Antes de se tornar peça, o livro de Lolita Pille já havia sido adaptado para o cinema, porém sem grande sucesso. “Totalmente diferente [o filme] da peça, acho muito superficial. Tenho certeza que a peça se tornou melhor que o filme, pois é um retrato fiel do livro”, comenta Bárbara, que acrescenta que não se baseou em nada na atuação de Sara Forestier no filme para compor a sua personagem, “eu procurei a minha verdade. A minha Hell”.

Depois de ser escolhida por críticos e especialistas como uma das melhores peças brasileiras de 2013 e passar por várias cidades do país, Hell chegou ao Teatro Feevale nos dias 7, 8 e 9 de março desse ano e contou com sessões lotadas e longos aplausos. “Pra gente é uma sensação única, é mágico. Ver aquele teatro repleto e as pessoas aplaudindo é muito gratificante. É o sonho de qualquer ator”, comenta Bankoff, que acrescenta que esse sucesso é resultado de muito estudo e trabalho da equipe.


Crédito: João Caldas

Agora Hell terá quatro apresentações em Campo Bom, terra natal de Bárbara Paz. Na sexta-feira, já com ingressos esgotados, e no sábado as sessões acontecem às 21h. Já no domingo ocorrem duas sessões, a primeira às 18h e a última às 21h. Os ingressos custam R$5 para idosos e estudantes e R$10 para os demais, podendo ser adquiridos da bilheteria do Complexo Cultural CEI de Campo Bom. “Venham nos assistir e sintam-se à vontade para sentir, pois a peça é forte”, Bárbara Paz convida, já Hell ordena.

Giancarlo Couto
Acadêmico do 5º Semestre de Jornalismo

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