Em meio às atrações da Feira do
Livro deste ano, em Novo Hamburgo, L. Potter, comunicador da Rádio Atlântida e
apresentador do Patrola, na RBS TV, entrevistou no último sábado, 24 de novembro, Júnior Maicá, cabeça por trás
do site O Bairrista.
Após erguer a bandeira da
República Rio Grandense pelo Twitter em 2010, sempre com um humor satírico e
afiado, O Bairrista se espalhou por outras redes sociais, ganhou site em 2011 e
virou até livro, que já conta com dois volumes, o mais recente lançado
recentemente. “A ironia fina d’O Bairrista é enganar as pessoas com esse falso
orgulho. Não é função minha resolver os problemas do Rio Grande do Sul ou de
qualquer outro lugar, essa função é dos governantes. A intenção às vezes é
chamar a atenção e dar risada”, disse Maicá, que aborda temas variados, como
futebol, tecnologia e política. “O humor traz consigo uma função social, de
alerta. Isso é uma coisa natural que acontece. O Bairrista parodia a vida. Nós
fazemos paródias das notícias que acontecem no RS e no mundo”, completou.
O Bairrista por vezes parodia
notícias reais e em outras as inventa, brincando com a “superioridade gaúcha” e transformando o Estado em país. “A grande
maioria encara como um levante separatista. Às vezes, algumas pessoas imaginam
o Bairrista como um Messias, um Bento Gonçalves que voltou à vida para salvar o
Rio Grande do Sul do Brasil. E é nessa confusão que a gente se encaixa, porque
uma hora tu pode falar bem, outra hora pode falar mal e é quase como uma
licença poética para circular entre os temas”, contou Maicá, que
se refere aos Governadores do Estado como Presidentes da República, como o caso
de Alceu Colares, sendo o primeiro Presidente negro da história, ao invés de
Barack Obama. “Acho que os textos são mais irônicos, mas quem lê vê mais como
uma coisa de orgulho. Eu não costumo muito aparecer e quando apareço, apareço
sem pilcha, sem bombacha, sem bota e os caras ficam meio decepcionados”.
Além de já ter lançado dois
livros com o Bairrista, com compilações dos textos do site, Júnior Maicá pensa
em seguir com a carreira de escritor. “Sei que um dia vou ter que parar com o
Bairrista e já penso em outros projetos. Quero lançar um novo livro pra contar
algumas histórias. Tem muitas histórias por aí, de pessoas e lugares, que estão
caindo de maduras e precisam ser contadas”, finalizou.
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