Antônio Villeroy e Hique Gomez debatem sobre imaginário criativo
Foto: Andrei Souza
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O imaginário criativo foi o tema da Aula Magna dos Cursos de Comunicação Social da Universidade Feevale. Neste ano o evento contou com a participação de Hique Gomez, cantor e compositor gaúcho, conhecido pelo espetáculo Tangos & Tragédias e Antônio Villeroy, compositor de sucessos interpretados por Ana Carolina e Maria Gadu e conhecido por trilhas sonoras em novelas da Globo. Os palestrantes falaram sobre as suas trajetórias musicais e destacaram pontos importantes que fizeram com que eles se destacassem no segmento da música.
Antônio Villeroy iniciou sua fala
relembrando sua história até se tornar músico. Ele contou que ganhou aos 13 anos seu primeiro
violão e desde cedo começou a se interessar pela composição. Tirava músicas de
ouvido como aprendizado, mas seu maior sonho era fazer suas próprias criações. “Quando
comecei a tocar violão, a primeira coisa que quis fazer foi compor. Me
interessava mais criar canções do que interpretar. Eu gostava, sim, de aprender
as músicas dos meus compositores preferidos, de tocá-las ao violão, mas aquilo
me servia mais como um exercício de aprendizado, para descobrir os caminhos
harmônicos que poderiam enriquecer meu processo de composição”, contou.
Antônio também comentou que
quando estava começando participou de alguns festivais secundaristas e montou
com os irmãos e amigos uma banda de rock chamada A Mursa, que tinha como
referências Deep Purple, Jimmi Hendrix, Mutantes, O Terço, e bandas gaúchas
como Bixo da Seda. Ele ressalta que sempre teve que se manter criativo pensando
em manter as referências dos músicos que o influenciaram, mas ao mesmo tempo
tentava se distanciar deles e trilhar um caminho com seu próprio estilo
musical. “A composição depende muito mais da capacidade pessoal do que da
técnica, mas também é possível desenvolver uma técnica que amplia essa
capacidade. Eu gosto de se aventurar nos caminhos da vida e trazer essas experiências
para minhas músicas, dessa maneira torno minhas letras mais pessoais e
humanas”, comentou.
Antônio Villeroy fala sobre o seu estilo musical Foto: Andrei Souza |
Em seguida, foi a vez de Hique Gomez comentar sobre a sua trajetória. O músico contou sobre seus primeiros passos na música aos 11 anos de idade, quando teve as primeiras aulas de violão. Após viver com a família em Giruá, Soledade e Passo Fundo, decidiu seguir a carreira de músico ao assistir um show da cantora Rita Lee. “Minha formação é inteiramente em música popular. Comecei em conjuntos de baile. Logo comecei a compor, gostava de tocar todos os instrumentos, tenho facilidade”, disse.
Hique falou sobre o surgimento do
Tangos & Tragédias, demonstrando entusiasmo em relembrar cada detalhe da
história do grupo. “Em 1984 nos encontramos para estudar música e logo montamos
um pocket show que já continha toda a essência do que fazemos hoje. O Nico já
tocava O Ébrio, eu confesso que, mesmo admirando como peça de museu, eu jamais
pensaria em tocar tal música! Mas quando ele trouxe logo pintou a brincadeira,
o divertimento que se tornaram peça fundamental em nossos shows”, explicou.
Ele afirmou que estava sempre se
reinventando ao lado de seu companheiro Nico Nicolaiewsky para trazer um ar
mais criativo e inovador em seus espetáculos. Hique disse que mais do que um
músico, ele se considerava um sacerdote. “Me considero um sacerdote humorista.
É um ritual. São os mesmos gestos, os mesmos olhares, as mesmas músicas porque
elas conseguem mobilizar uma certa qualidade de energia e conseguem causar um
efeito único neste fazer artístico. As pessoas se rendem. Nós nos rendemos ao
tempo. Tudo é entrega, diante do mistério de um ritual onde a alegria é uma expressão
divina a ser cultuada”, enfatizou.
No final da cerimônia os dois
convidados responderam a perguntas feitas pelo público e através das redes
sociais da Agecom. Entre as respostas Hique enfatizou que o criativo é aquele
que está em constante adaptação, buscando sempre algo que chame a atenção do
grande público, como em uma peça de teatro.
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