segunda-feira, 29 de maio de 2017

Hique Gomez e Antônio Villeroy debatem sobre imaginários criativos na Aula Magna dos Cursos de Comunicação Social

Antônio Villeroy e Hique Gomez debatem sobre imaginário criativo
Foto: Andrei Souza

O imaginário criativo foi o tema da Aula Magna dos Cursos de Comunicação Social da Universidade Feevale. Neste ano o evento contou com a participação de Hique Gomez, cantor e compositor gaúcho, conhecido pelo espetáculo Tangos & Tragédias e Antônio Villeroy, compositor de sucessos interpretados por Ana Carolina e Maria Gadu e conhecido por trilhas sonoras em novelas da Globo. Os palestrantes falaram sobre as suas trajetórias musicais e destacaram pontos importantes que fizeram com que eles se destacassem no segmento da música.

Antônio Villeroy iniciou sua fala relembrando sua história até se tornar músico.  Ele contou que ganhou aos 13 anos seu primeiro violão e desde cedo começou a se interessar pela composição. Tirava músicas de ouvido como aprendizado, mas seu maior sonho era fazer suas próprias criações. “Quando comecei a tocar violão, a primeira coisa que quis fazer foi compor. Me interessava mais criar canções do que interpretar. Eu gostava, sim, de aprender as músicas dos meus compositores preferidos, de tocá-las ao violão, mas aquilo me servia mais como um exercício de aprendizado, para descobrir os caminhos harmônicos que poderiam enriquecer meu processo de composição”, contou.

Antônio também comentou que quando estava começando participou de alguns festivais secundaristas e montou com os irmãos e amigos uma banda de rock chamada A Mursa, que tinha como referências Deep Purple, Jimmi Hendrix, Mutantes, O Terço, e bandas gaúchas como Bixo da Seda. Ele ressalta que sempre teve que se manter criativo pensando em manter as referências dos músicos que o influenciaram, mas ao mesmo tempo tentava se distanciar deles e trilhar um caminho com seu próprio estilo musical. “A composição depende muito mais da capacidade pessoal do que da técnica, mas também é possível desenvolver uma técnica que amplia essa capacidade. Eu gosto de se aventurar nos caminhos da vida e trazer essas experiências para minhas músicas, dessa maneira torno minhas letras mais pessoais e humanas”, comentou.

Antônio Villeroy fala sobre o seu estilo musical
Foto: Andrei Souza

Em seguida, foi a vez de Hique Gomez comentar sobre a sua trajetória. O músico contou sobre seus primeiros passos na música aos 11 anos de idade, quando teve as primeiras aulas de violão. Após viver com a família em Giruá, Soledade e Passo Fundo, decidiu seguir a carreira de músico ao assistir um show da cantora Rita Lee. “Minha formação é inteiramente em música popular. Comecei em conjuntos de baile. Logo comecei a compor, gostava de tocar todos os instrumentos, tenho facilidade”, disse.

Hique falou sobre o surgimento do Tangos & Tragédias, demonstrando entusiasmo em relembrar cada detalhe da história do grupo. “Em 1984 nos encontramos para estudar música e logo montamos um pocket show que já continha toda a essência do que fazemos hoje. O Nico já tocava O Ébrio, eu confesso que, mesmo admirando como peça de museu, eu jamais pensaria em tocar tal música! Mas quando ele trouxe logo pintou a brincadeira, o divertimento que se tornaram peça fundamental em nossos shows”, explicou.

Ele afirmou que estava sempre se reinventando ao lado de seu companheiro Nico Nicolaiewsky para trazer um ar mais criativo e inovador em seus espetáculos. Hique disse que mais do que um músico, ele se considerava um sacerdote. “Me considero um sacerdote humorista. É um ritual. São os mesmos gestos, os mesmos olhares, as mesmas músicas porque elas conseguem mobilizar uma certa qualidade de energia e conseguem causar um efeito único neste fazer artístico. As pessoas se rendem. Nós nos rendemos ao tempo. Tudo é entrega, diante do mistério de um ritual onde a alegria é uma expressão divina a ser cultuada”, enfatizou.

No final da cerimônia os dois convidados responderam a perguntas feitas pelo público e através das redes sociais da Agecom. Entre as respostas Hique enfatizou que o criativo é aquele que está em constante adaptação, buscando sempre algo que chame a atenção do grande público, como em uma peça de teatro.


Andrei Souza, acadêmico do 5º semestre de Jornalismo na Universidade Feevale


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