Tombado como patrimônio cultural pela Prefeitura de Porto
Alegre e pelo Governo do Estado, o agora novamente reformado prédio da
Cinemateca Capitólio passa a ser a casa da memória do cinema gaúcho.
Inaugurado no ano de 1928, o então Cine-Theatro Capitólio sempre foi referência
em entretenimento, acompanhando a história da sétima arte. Surgindo em uma
época que o cinema era a principal atividade de lazer na cidade, nos 1200
lugares do antigo espaço eram exibidos os principais filmes e musicais
hollywoodianos, como era de costume no vasto circuito de cinemas de rua
existentes na primeira metade do século XX.
Construção do Cine-Theatro na déc. de 20.
Divulgação Capitólio
|
Com o surgimento da televisão, o Capitólio tem sua primeira grande crise,
muitos cinemas de rua formam fechados neste tempo, mas a empatia e fidelidade
do público com o casarão localizado na esquina da Rua Demétrio Ribeiro com
Avenida Borges de Medeiros fizeram com que a cinemateca resistisse os
obstáculos e se reinventasse. No ano de 1969 passou por sua primeira reforma.
Em tempos difíceis para o cinema nos anos 80 aconteceu outra reforma e nos 90
durante três anos o Capitólio passou exibir filmes pornô.
O século XXI traz novos horizontes à Cinemateca Capitólio, depois de ser
tombado como patrimônio cultural no ano de 2002, um novo projeto de reforma é
elaborado para dar nova ocupação ao casarão. Depois da reforma que demorou mais de uma década, por trocas de patrocinadores
e burocracias nas gestões públicas, no mês de Março deste ano a Cinemateca foi
inaugurada com nova diretriz, “um espaço
criado para preservar a memória audiovisual do Rio Grande do Sul” com destaca
Marcus Mello, Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal
de Cultura de Porto Alegre.
Mello, no acervo da Cinemateca Foto: Felipe Scheibe |
“um espaço criado para preservar a memória audiovisual do Rio Grande do Sul”
Com um acervo de mais de 6000 bitolas, além de um espaço projetado para a conservação e manutenção destes filmes, o atual formato do casarão abriga uma sala de cinema com 164 lugares, uma biblioteca, uma sala de exposições, uma sala de pesquisa, uma cafeteria e além de uma sala multimídia onde poderão ocorrer cursos e oficinas sobre cinema.
A regionalização destes espaços é também uma forma de preservar e incentivar as
produções cinematográficas “as
cinematecas regionais são fundamentais para preservação da memória audiovisual
brasileira, então, poder pensar cinema, poder assistir o cinema, pode estudar
cinema, forma cineastas melhores, então se não se preserva não tem cinema”,
como salienta Fernanda Coelho museóloga e ex-funcionária da Cinemateca
Brasileira.
Um espaço que confunde a história do cinema e de gerações de públicos que por
ela permearam na cidade está de portas abertas para manter viva a paixão pela
sétima arte.
Em entrevista Marcus Mello, Coordenador de Cinema, Vídeo e
Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre fala
sobre a reformulação da Cinemateca Capitólio.
https://soundcloud.com/feevalenofestival/entrevista-marcus-mello
Felipe Scheibe, acadêmico 5° semestre de Jornalismo na Universidade Feevale
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