sexta-feira, 15 de maio de 2015

O casarão que se reinventa

Tombado como patrimônio cultural pela Prefeitura de Porto Alegre e pelo Governo do Estado, o agora novamente reformado prédio da Cinemateca Capitólio passa a ser a casa da memória do cinema gaúcho.
Inaugurado no ano de 1928, o então Cine-Theatro Capitólio sempre foi referência em entretenimento, acompanhando a história da sétima arte. Surgindo em uma época que o cinema era a principal atividade de lazer na cidade, nos 1200 lugares do antigo espaço eram exibidos os principais filmes e musicais hollywoodianos, como era de costume no vasto circuito de cinemas de rua existentes na primeira metade do século XX.

Construção do Cine-Theatro na déc. de 20.
Divulgação Capitólio
Com o surgimento da televisão, o Capitólio tem sua primeira grande crise, muitos cinemas de rua formam fechados neste tempo, mas a empatia e fidelidade do público com o casarão localizado na esquina da Rua Demétrio Ribeiro com Avenida Borges de Medeiros fizeram com que a cinemateca resistisse os obstáculos e se reinventasse. No ano de 1969 passou por sua primeira reforma. Em tempos difíceis para o cinema nos anos 80 aconteceu outra reforma e nos 90 durante três anos o Capitólio passou exibir filmes pornô.

O século XXI traz novos horizontes à Cinemateca Capitólio, depois de ser tombado como patrimônio cultural no ano de 2002, um novo projeto de reforma é elaborado para dar nova ocupação ao casarão. Depois da reforma que demorou mais de uma década, por trocas de patrocinadores e burocracias nas gestões públicas, no mês de Março deste ano a Cinemateca foi inaugurada com nova diretriz, “um espaço criado para preservar a memória audiovisual do Rio Grande do Sul” com destaca Marcus Mello, Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.
Mello, no acervo da Cinemateca
Foto: Felipe Scheibe
“um espaço criado para   preservar a memória audiovisual do  Rio Grande do Sul”

Com um acervo de mais de 6000 bitolas, além de um espaço projetado para a conservação e manutenção destes filmes, o atual formato do casarão abriga uma sala de cinema com 164 lugares, uma biblioteca, uma sala de exposições, uma sala de pesquisa, uma cafeteria e além de uma sala multimídia onde poderão ocorrer cursos e oficinas sobre cinema.
A regionalização destes espaços é também uma forma de preservar e incentivar as produções cinematográficas “as cinematecas regionais são fundamentais para preservação da memória audiovisual brasileira, então, poder pensar cinema, poder assistir o cinema, pode estudar cinema, forma cineastas melhores, então se não se preserva não tem cinema”, como salienta Fernanda Coelho museóloga e ex-funcionária da Cinemateca Brasileira.
Um espaço que confunde a história do cinema e de gerações de públicos que por ela permearam na cidade está de portas abertas para manter viva a paixão pela sétima arte.

Em entrevista Marcus Mello, Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria  Municipal da Cultura de Porto Alegre fala sobre a reformulação da Cinemateca Capitólio.

https://soundcloud.com/feevalenofestival/entrevista-marcus-mello



Felipe Scheibe, acadêmico 5° semestre de Jornalismo na Universidade Feevale

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