Stanley Kubrick nasceu em 26 de julho de 1928, no Bronx,
Nova York. É considerado um divisor de águas no ramo do cinema, dirigindo e
adaptando obras profundas, ao mesmo tempo indo contra as regras traçadas por
Hollywood, sendo um gênio criativo sem precedentes. Kubrick dirigiu 13
Longas-metragens na sua carreira, alcançando imediatamente o sucesso de crítica
e público, deixando sua marca na história do cinema.
Durante a infância o jovem do Bronx não era o que se podia
chamar de “adolescente exemplar”. Desde cedo Stanley procurava se tornar
independente, tendo suas próprias convicções e tentando compreender o mundo sob
seu ponto de vista. Não era muito dedicado na escola, raramente fazia as lições
de casa, e ocasionalmente escapava das aulas para ir ao cinema. Apesar disso, era
um garoto que apreciava os hábitos da leitura. Apesar disso, seu pai sempre
reconheceu a grande habilidade criativa do filho, e o incentivou desde cedo nas
práticas de xadrez, esporte no qual se tornou especialista, e mais tarde acabou
presenteando o filho com uma câmera fotográfica, que logo se tornou um dos
passatempos preferidos de Stanley, sendo o outro o xadrez.
Kubrick passou a vagar pela cidade com sua câmera, já
demonstrando ser uma pessoa extremamente obsessiva naquela época, fotografando
diversos pontos de Nova York e tentando vender suas fotos para quem quisesse
comprar. Capturando a clássica imagem de um jornaleiro com um semblante triste
ao lado de um jornal que tinha como manchete a morte do presidente Roosevelt, e
a vendendo para a Revista Look, conseguindo um lugar entre os fotógrafos aprendizes
da equipe. A partir desse momento, Kubrick afiaria seu olhar para as artes de
luz e sombra através das inúmeras fotos produzidas na sua carreira como
freelancer. Foi a partir dai que ele descobriria o seu desejo por ser cineasta.
Kubrick era um homem determinado, completamente focado em
seu trabalho. Em 1951, quando tinha apenas 23 anos, com o mínimo de recursos
possíveis, conseguiu dar vida ao seu primeiro projeto, um documentário
denominado Dia da Luta, que
acompanhava a rotina de um boxeador, desde sua preparação, até o momento
decisivo no qual entraria no ringue. Além de escrever o roteiro para a obra, o
diretor também fez a iluminação e operou uma das câmeras. Após trabalhar em
mais dois documentários semelhantes a esse, realizou Medo e Desejo (1953), seu primeiro longa de um filme de ficção.
Alguns anos depois, em pareceria com James B. Harris, um
jovem produtor iniciante, produziria mais dois filmes: O grande golpe (1955) e Glória
feita de sangue (1957). Kubrick agora mais experiente acabou chamando
atenção de produtores que trabalhavam em Hollywood, que voltaram seus olhos
para ele após obter algum mérito em suas produções, não demorando muito até que
entrassem em contato. Então, Kubrick se viu em meio ao mundo vigoroso e complexo
do cinema. O diretor foi cogitado para trabalhar em Spartacus (1960), substituindo o posto deixado por Anthony Mann,
que não resistiu à pressão devido ao estresse causado pela produção do longa. Stanley
agora teve de lidar com atores famosos, além disso, teria de suportar a
cobrança e a pressão de trabalhar em um blockbuster. Contudo, o diretor
conseguiu demonstrar seu talento, levando Spartacus a se tornar um sucesso
absoluto de bilheteria. Spartacus teve um impacto enorme em sua carreira, o que
acarretou em uma frustação na época, devido ao fato de que os produtores exigiam
total controle sobre a obra, limitando sua liberdade criativa. A partir desses
acontecimentos, ele optou por mudar-se com a família para a Inglaterra, no
intuito de buscar um local mais propício para produzir as produções que
imaginava em sua mente.
Durante os anos que se seguiram, Kubrick investiu em novos
projetos ambiciosos, tais como o clássico de ficção científica 2001 — Uma odisseia no espaço (1968), e o épico Barry Lyndon (1975), grandes produções que acabaram criando vida
longe de Hollywood. Kubrick realizou os projetos devido aos financiamentos que
ele mesmo conseguiu dos investidores, porém manteve um vínculo com a Warner
Bros, estúdio responsável por distribuir seus filmes ao redor do mundo.
Quando Stanley entrava em um projeto ele demostrava controle
absoluto sobre cada etapa de produção, verificando passo a passo o roteiro,
exigindo o máximo de todos os envolvidos em suas produções. Cada detalhe
minucioso passava por sua supervisão. Kubrick ficou conhecido por revolucionar
cada gênero no qual trabalhou, sendo principalmente cogitado como um dos
diretores mais influentes de todos os tempos. Adaptando romances Best Sellers
como Laranja Mecânica (1971), uma
distopia clássica que critica a sociedade, e o misterioso e enigmático O Iluminado (1980), do mestre do terror
Stephen King, e até mesmo filmes com temáticas de guerra, como Doutor Estranho (1964), no qual satiriza
a Guerra fria.
O cineasta ganhou diversos prêmios e inúmeras indicações ao
Oscar, como produtor, diretor e roteirista. Em 1997 ganhou o Leão de Ouro no
Festival de Veneza por sua contribuição ao cinema. Seu último filme foi
"De Olhos bem Fechados", com a atriz Nicole Kidman e o ator Tom
Cruise. Kubrick morreu enquanto dormia, de ataque cardíaco, aos 70 anos.
Kubrick passou sua vida toda revendo seus passos, semelhante
a um jogador de xadrez, na tentativa de evitar cair em alguma armadilha. Elevou
seus conceitos ao limite, alcançando o domínio de todos os passos
cinematográficos, características que se destacaram em seus “filmes de um homem
só”. Com isso, explorou todas as possibilidades do cinema ao máximo. Entre
filmes mais grandiosos e menos grandiosos, a ousadia sempre prevaleceu, não
tendo desenvolvido nenhum projeto que pudesse ser chamado de ruim, mas, pelo
contrário, dando vida a obras cinematográficas extremamente interessantes,
tanto do ponto de vista técnico quanto artístico.
Andrei de Souza, acadêmico do 2º semestre de Jornalismo na Universidade Feevale.
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