quarta-feira, 21 de maio de 2014

Profissão - Correspondente

A noite de ontem foi de palestra especial para os estudantes dos cursos de Comunicação da Universidade Feevale. O jornalista Tariq Saleh realizou um bate-papo com os presentes sobre "Vida de Correspondente: Das revoluções árabes à guerra na Síria".

Tariq formou-se em Jornalismo em 2005, e desde lá trabalha para grandes empresas da área. Desde 2006 ocupa o posto de correspondente especial da BBC no Oriente Médio, com base em Beirute, no Líbano, e trabalha ainda para empresas como o portal Terra, Veja Online, rádio CBN, TV Globo e TV Record, além de consultor para a agência de notícias portuguesa PNN.

Tariq Saleh
Nascido em Beirute, capital do Líbano, Tariq veio para o Brasil com um ano de idade e se estabeleceu, junto com a família, na cidade de Sapiranga. Segundo ele, a vontade de seguir o jornalismo foi despertada pelo filme Gritos do Silêncio, que conta a história de um repórter do jornal The New York Times que cobriu a Guerra do Camboja.

Após uma breve apresentação, Saleh abriu uma sessão de perguntas da plateia, através das quais foi contando as passagens de sua vida como correspondente e também algumas das técnicas que aprendeu ao longo dos anos. “Os rebeldes possuem armamentos muito poderosos sem receber nenhum tipo de treinamento para utilizá-los. Busco estar sempre o mais distante possível destas armas, assim como das grandes aglomerações de pessoas, que também são perigosas. Procuro me colocar próximo a saídas de fácil acesso”, disse Tariq.

O jornalista falou ainda que quando contou para a família a notícia de que iria para o Líbano, sua mãe realizou diversas tentativas para convencê-lo do contrário. “Ela convocou toda a família, inclusive tios e primos, para que me convencessem a não ir, mas não adiantou. O curioso é que depois de um ano, quando eu quis voltar para o Brasil, ela me disse que não havia criado os filhos para desistirem, e que eu jamais teria uma oportunidade como aquela de novo, e isso foi o que me fez ficar”, contou Tariq.


Ao fim da palestra, ele falou aos alunos, que lotaram o Auditório do Prédio Azul, sobre as características que precisa ter um correspondente internacional. “É preciso abrir a cabeça, se despir de preconceitos, gostar e entender de História e Geografia, falar línguas como o inglês e o espanhol, e outras, fazer leituras diferentes, e querer trabalhar, ter vontade. Quando se chega a um país estranho, é preciso muito trabalho e esforço para conquistar seu espaço”, completou. 

Eduarda Neves
Acadêmica do 3º semestre de Jornalismo

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