A
noite de ontem foi de palestra especial para os estudantes dos cursos de
Comunicação da Universidade Feevale. O jornalista Tariq Saleh realizou um
bate-papo com os presentes sobre "Vida de Correspondente: Das revoluções árabes à guerra na
Síria".
Tariq formou-se
em Jornalismo em 2005, e desde lá trabalha para grandes empresas da área. Desde
2006 ocupa o posto de correspondente especial da BBC no Oriente Médio, com base
em Beirute, no Líbano, e trabalha ainda para empresas como o
portal Terra, Veja Online, rádio CBN, TV Globo e TV Record, além de consultor
para a agência de notícias portuguesa PNN.
Tariq Saleh |
Nascido em
Beirute, capital do Líbano, Tariq veio para o Brasil com um ano de idade e se
estabeleceu, junto com a família, na cidade de Sapiranga. Segundo ele, a
vontade de seguir o jornalismo foi despertada pelo filme Gritos do Silêncio,
que conta a história de um repórter do jornal The New York Times que cobriu a
Guerra do Camboja.
Após uma breve
apresentação, Saleh abriu uma sessão de perguntas da plateia, através das quais
foi contando as passagens de sua vida como correspondente e também algumas das
técnicas que aprendeu ao longo dos anos. “Os rebeldes possuem armamentos muito
poderosos sem receber nenhum tipo de treinamento para utilizá-los. Busco estar
sempre o mais distante possível destas armas, assim como das grandes
aglomerações de pessoas, que também são perigosas. Procuro me colocar próximo a
saídas de fácil acesso”, disse Tariq.
O jornalista falou
ainda que quando contou para a família a notícia de que iria para o Líbano, sua
mãe realizou diversas tentativas para convencê-lo do contrário. “Ela convocou
toda a família, inclusive tios e primos, para que me convencessem a não ir, mas
não adiantou. O curioso é que depois de um ano, quando eu quis voltar para o
Brasil, ela me disse que não havia criado os filhos para desistirem, e que eu
jamais teria uma oportunidade como aquela de novo, e isso foi o que me fez
ficar”, contou Tariq.
Ao fim da
palestra, ele falou aos alunos, que lotaram o Auditório do Prédio Azul, sobre
as características que precisa ter um correspondente internacional. “É preciso
abrir a cabeça, se despir de preconceitos, gostar e entender de História e
Geografia, falar línguas como o inglês e o espanhol, e outras, fazer leituras
diferentes, e querer trabalhar, ter vontade. Quando se chega a um país
estranho, é preciso muito trabalho e esforço para conquistar seu espaço”,
completou.
Eduarda Neves
Acadêmica do 3º semestre de Jornalismo
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