Falar de Natal é um tanto difícil. Um tema universal, que se
transforma em um espírito imenso e que atinge a todos, pode facilmente cair na teia
dos clichês. Mas desta vez, o caso é outro: as pessoas que não gostam do Natal.
Casos não muito comuns, mas mais numerosos do que se pensa. Os motivos são
muitos, os argumentos também, e os haters
(odiadores, em tradução livre do inglês) como se intitulam em redes sociais,
estão espalhados pelo país.
Na rede social Facebook, grupos abertos com títulos como “Odeio
o Natal!”, são usados como meio de expressão para jovens e adultos que têm verdadeira
aversão à data. Nestes grupos, encontram-se casos como o do paulista Thiago de
Menezes, que afirma: “No Natal se cria uma imagem hipócrita, dos bons
samaritanos, como se a nossa sociedade fosse perfeita. As pessoas tentam criar
boas imagens e possuir o tal espírito natalino, como se apenas fosse válido
fazer boas ações nesta época do ano”.
Coringa ameaça o Papai Noel |
Nestes mesmos ambientes virtuais, circulam imagens bastante
diferentes da figura tradicional do Papai Noel. Em uma das postagens, Coringa,
o grande vilão da série Batman, aparece segurando o “bom velhinho” pelo pescoço
e ameaçando-o com uma faca. Outra das imagens mostra uma menina, aparentemente inocente,
entregando uma bomba prestes a explodir para o personagem do imaginário
natalino.
O americano Joe Palano tem um motivo bastante peculiar para não gostar do Natal: ele nasceu no dia 24 de dezembro, e nunca pôde comemorar o aniversário da forma como gostaria. Joe é professor de inglês em Sapiranga, e em uma de suas aulas contou aos alunos que o seu aniversário nunca foi do jeito que gostaria, pois o Natal era um evento sempre maior do que a sua comemoração pessoal, e que por isso não gosta da data. Desde que pôde decidir como passar a data comemorativa, Joe festeja do modo como desejar, e quase sempre isto significa muita festa, com comida e bebida para as pessoas próximas.
Joe Palano é um Baby Christmas (Bebê de Natal) como dizem os norte-americanos |
Os altos gastos com presentes, a fartura exagerada das ceias
e as expressões de amor não muito convincentes entre familiares causam
calafrios nos avessos ao Natal. Janete Silva diz que é “uma fã de Jesus Cristo,
mas dar um parabéns para ele seria muito mais legal do que gastar o que não
temos, comer o que não podemos, e fazer outras bizarrices típicas desta época,
que em nada se parecem com as verdadeiras lições deixadas pelo homem que é
motivo desta data”.
Mas não tem jeito. O Natal e o seu significado de renovação
e esperança se espalharam pelos continentes, e estão fortemente arraigados na
cultura humana, inclusive nas regiões onde a crença dominante não é o
Cristianismo. Muitos dos reais valores desta época foram modificados, mas o
espírito geral de confiança na possibilidade de um mundo melhor inevitavelmente
toma conta da população.
Gostando ou não, que o Natal seja feliz e abençoado,
trazendo prosperidade, paz e alegrias a todos, sem distinção. Com ceia ou não,
adorando ou detestando cantar “Noite Feliz” e a história do Papai Noel, que
este Natal seja bom para você.
Eduarda Neves
Acadêmica do 3º semestre de Jornalismo
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