domingo, 22 de dezembro de 2013

Noite (nem tão) Feliz

Falar de Natal é um tanto difícil. Um tema universal, que se transforma em um espírito imenso e que atinge a todos, pode facilmente cair na teia dos clichês. Mas desta vez, o caso é outro: as pessoas que não gostam do Natal. Casos não muito comuns, mas mais numerosos do que se pensa. Os motivos são muitos, os argumentos também, e os haters (odiadores, em tradução livre do inglês) como se intitulam em redes sociais, estão espalhados pelo país.

Na rede social Facebook, grupos abertos com títulos como “Odeio o Natal!”, são usados como meio de expressão para jovens e adultos que têm verdadeira aversão à data. Nestes grupos, encontram-se casos como o do paulista Thiago de Menezes, que afirma: “No Natal se cria uma imagem hipócrita, dos bons samaritanos, como se a nossa sociedade fosse perfeita. As pessoas tentam criar boas imagens e possuir o tal espírito natalino, como se apenas fosse válido fazer boas ações nesta época do ano”.
Coringa ameaça o Papai Noel
Nestes mesmos ambientes virtuais, circulam imagens bastante diferentes da figura tradicional do Papai Noel. Em uma das postagens, Coringa, o grande vilão da série Batman, aparece segurando o “bom velhinho” pelo pescoço e ameaçando-o com uma faca. Outra das imagens mostra uma menina, aparentemente inocente, entregando uma bomba prestes a explodir para o personagem do imaginário natalino.

O americano Joe Palano tem um motivo bastante peculiar para não gostar do Natal: ele nasceu no dia 24 de dezembro, e nunca pôde comemorar o aniversário da forma como gostaria. Joe é professor de inglês em Sapiranga, e em uma de suas aulas contou aos alunos que o seu aniversário nunca foi do jeito que gostaria, pois o Natal era um evento sempre maior do que a sua comemoração pessoal, e que por isso não gosta da data. Desde que pôde decidir como passar a data comemorativa, Joe festeja do modo como desejar, e quase sempre isto significa muita festa, com comida e bebida para as pessoas próximas.
Joe Palano é um Baby Christmas (Bebê de Natal) como dizem os norte-americanos


Os altos gastos com presentes, a fartura exagerada das ceias e as expressões de amor não muito convincentes entre familiares causam calafrios nos avessos ao Natal. Janete Silva diz que é “uma fã de Jesus Cristo, mas dar um parabéns para ele seria muito mais legal do que gastar o que não temos, comer o que não podemos, e fazer outras bizarrices típicas desta época, que em nada se parecem com as verdadeiras lições deixadas pelo homem que é motivo desta data”.

Mas não tem jeito. O Natal e o seu significado de renovação e esperança se espalharam pelos continentes, e estão fortemente arraigados na cultura humana, inclusive nas regiões onde a crença dominante não é o Cristianismo. Muitos dos reais valores desta época foram modificados, mas o espírito geral de confiança na possibilidade de um mundo melhor inevitavelmente toma conta da população.


Gostando ou não, que o Natal seja feliz e abençoado, trazendo prosperidade, paz e alegrias a todos, sem distinção. Com ceia ou não, adorando ou detestando cantar “Noite Feliz” e a história do Papai Noel, que este Natal seja bom para você. 

Eduarda Neves
Acadêmica do 3º semestre de Jornalismo

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