Hoje, 7 de setembro, comemora-se a Independência do Brasil. Data famosa que marcou nossa cultura com o ilustre pensamento de D. Pedro I, montado em um alazão, com sua espada erguida, a frente de um riacho, rodeado de cavalheiros e proferindo a famosa frase: "Independência ou Morte". Porém, os historiadores recentes questionam se foi isto mesmo o que aconteceu.
"O Grito do Ipiranga" |
Pedro Américo foi o artista responsável pelo quadro "O Grito do Ipiranga", que imortalizou a figura de D. Pedro I. Para realizar a pintura, ele foi atrás de testemunhas e recolheu depoimentos, tudo com a finalidade de realizar uma obra fiel com o acontecimento. Entretanto, teve de aplicar mudanças na sua arte, afim de atender os desejos estéticos solicitados pela Comissão de Construção do Monumento do Ipiranga.
As alterações foram significativas, o animal em que o imperador do Brasil montava, não era um galante cavalo. A sua expressão facial, não é a que a obra nos mostra, ela foi alterada, afinal, as caretas causadas por dores de uma cólica de diarréia, não ficariam "heroicas" no quadro. Os trajes dos soldados eram bem mais simples, porém, para a representação do quadro, uma imagem visualmente mais bonita era necessária. Nem o rio escapou, ele foi alterado para se encaixar na ilustração.
"1807 Friedland" |
Um ponto que também merece destaque, é que o quadro "O Grito do Ipiranga", lembra muito outra obra, o "1807 Friedland", de Ernest Meissonier. Nas duas ilustrações temos as figuras icônicas e centrais em destaque, em uma elevação de terreno, rodeados por seus soldados. Outro trabalho de Américo, "A Batalha de Montebelo", já era acusada de plagiar "A Batalha de Avaí", de Appiani.
Historiadores e pesquisadores recentes, apontam que esta seria a "verdadeira" Independência do Brasil, bem diferente do que os livros didáticos contam.
As informações contidas nesta matéria, foram retiradas do texto "Os esplendores da imortalidade", de José Murilo de Carvalho, professor titular do departamento de história da Universidade do Rio de Janeiro.
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