quinta-feira, 22 de junho de 2017

Exposição de marcas, empreendedorismo e diversidade na 14° edição do Brand Fashion

A cerimônia contou com mais de 30 trabalhos expostos para visitação
Foto: Renata Ramos

No último dia 13, ocorreu na rua coberta da Feevale, no Campus II, a 14° edição do Brand Fashion. O evento é a avaliação final da cadeira de Comunicação da Moda, cujo objetivo é expor marcas desenvolvidas pelos estudantes do curso de Moda.

Com mais de 30 trabalhos expostos para visitação, o que não faltou foi variedade. Desde indumentária feminina clássica, trajes de banho tropicais, sereísmo, moda sustentável e até vestuário sem gênero, a atividade cumpriu bem o seu intuito, o qual é expor projetos de construção de marcas, explorando a criatividade e o empreendedorismo dos alunos.

Embora fosse uma exposição das marcas e seus respectivos produtos, vendas não eram permitidas no evento. Mesmo assim, para os alunos que já abriram suas lojas, era uma ótima oportunidade para divulga-las. 

Aberta para todos os públicos, as exposições iniciaram por volta das 19h30min e foram até às 22h e, durante estas duas horas e meia, alguns alunos expositores foram entrevistados.

A aluna Stefanie Augustin Closs (20), criadora da marca RUFUS, cuja proposta é dogwear (vestimentas para cães), ao ser perguntada sobre a concepção de sua ideia, declarou: “Eu e a Mônica amamos os nossos cães, como filhos mesmos. E nisso, a gente queria trazer para eles uma nova forma de fazer roupinhas e acessórios para cachorros. Quebrando aquele padrão bobinho da fêmea usando um soft rosa e a do machinho ser azul, com estampa de patinhas. Procuramos por algo mais estiloso, para um público alvo mais jovem, que trata o seu cachorro como nós tratamos, como filhos e, que, além disso, quer transmitir o seu estilo para o cão. Outra motivação foi o fato de o mercado para pets estar em voga, como os pet shops estarem investindo em spas para cães, páginas na internet, como a Catioro Reflexivo, até canecas personalizadas, mas nunca víamos roupinhas diferentes. Daí vem a ideia em trazer algo diferente, ainda inexistente no mercado. ”

Estande da marca RUFFUS
Foto: Renata Ramos

Ainda com o intuito de trazer coisas novas para o mercado e quebrar paradigmas, a aluna Jéssica Gabriele Leie (26) e sua marca MURPHY, utilizam a cor rosa como carro chefe de sua coleção, pois, segundo a estudante, o preconceito com a questão de gênero, no ponto de vista da moda, está diretamente ligado ao uso desta cor.  Ela diz: “Eu acho que, na moda, ainda há muito preconceito, principalmente com a cor rosa. O meu objetivo é quebra-lo usando-a em minhas peças. Como tu pode ver, o meu trabalho é quase todo feito nessa cor e, além disso, ele nutre um lado excêntrico também. Tanto é que as peças são exclusivas, tu não achará (sic) nada igual. O rosa representa o lado doce, ou seja, a minha marca é a doçura aliada à excentricidade, a prova disso são as minhas inspirações, sendo a principal delas a cantora Melanie Martinez e o modelo francês Gregory Robert, conhecido por vestir várias peças rosa. ”

Estande da marca MURPHY
Foto: Renata Ramos

Ainda a respeito de sua escolha para sua coleção, ela complementa citando uma vivência: “Rosa foi sempre uma cor que eu gostei muito e, foi por isso que, desde sempre, eu convivi com todo esse preconceito em torno da mesma. Portanto, a minha visão a respeito da proposta da minha marca, é de que eu acredito que a moda não pode ser uma forma de aprisionar pessoas, ela deve ser algo libertador, a fim de mostrarmos o que realmente somos a partir dela. Por isso eu venho com esse gênero rosa. ”

Quando perguntada sobre quando a ideia surgiu, ela afirma:
“Sobre quando a ideia se deu, eu já tinha o desejo de criar algo diferente, que chocasse o público, antes mesmo da cadeira. Porém, ela foi um empurrão para eu colocar isso em prática. ”
A exemplo da criadora da marca MURPHY, muitos outros alunos da disciplina de Comunicação da Moda, nutriam o desejo de criarem suas marcas muito antes de iniciarem a disciplina em questão. Entretanto, tais ideias estavam apenas no papel, o que fez com que o trabalho de conclusão fosse o empurrão necessário para pôr os projetos em prática.

Renata Henckel (24), criadora da HEHEHE, também é um exemplo disso.  Sobre o seu projeto, ela diz: “ Eu queria algo diferenciado, que trouxesse diversão para o dia a dia de quem veste. Seja visualmente, em um tecido, em uma textura diferente, ou até elementos inesperados. É possível ver que muitas peças tu pode usar de mais de um jeito, seja amarrado, para frente, para trás. E, fazendo um gancho aqui, é exatamente esse o motivo da marca se chamar Hehehe, pois remete a algo divertido. Além do mais, o meu nome é Renata Henckel, o que faz uma referência direta (risos)
Eu sempre tive essa concepção, até antes dessa cadeira. A diferença é que eu não sabia direito o que eu ia fazer, porém, a intenção sempre foi fazer algo que eu consumiria e não vender para um público desconhecido por mim. Ou seja, eu me usei como principal referência. ”

No final do evento, batemos um papo rápido com a professora do curso de Publicidade e Propaganda e orientadora do Brand Fashion, Rosana Vaz Silveira. Ela declara: “O Brand Fashion é um evento da disciplina de Comunicação da Moda, é o fechamento dela. Ou seja, neste evento, os alunos têm a chance de mostrar tudo o que aprenderam. A grande evolução do evento foi a introdução do trabalho com marcas. O que facilitou a vida dos alunos, principalmente no final do curso, pois os alunos criam as marcas aqui para aprimorá-las no TCC e, quando a gente vê, já estão fazendo sucesso no mercado. ”

Rafaela Kolling Bickel, acadêmica do 1° semestre de jornalismo na Universidade Feevale




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