De acordo com a Federação Internacional da Indústria Fonográfica, o comércio de LPs (long plays) vem crescendo, tanto nacional quanto internacionalmente. A Polysom, de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, é a única empresa na América Latina que produz discos de vinil, atualmente. Ela surgiu após um crescimento nas vendas nos EUA e no Canadá, no ano de 2008, e acabou se mostrando um negócio bem sucedido. A tendência se repetiu por aqui; cada vez mais, obras são relançadas, novos artistas experimentam essa "nova antiga" mídia, livrarias e sebos lotam suas prateleiras com cada vez mais LPs.
Formado no curso de Produção Fonográfica da Unisinos, Lucas Scheik acredita que o mercado do disco de vinil só tende a crescer no Brasil. "Entre 2011 e 2012 o mercado deu um salto e hoje já há uma margem de lucro considerável. Este ano estamos vivendo uma revolução no mercado da indústria fonográfica brasileira com a aprovação do PEC da Música que visa a isenção de tributos sobre a comercialização de CD's, DVD's e discos de vinil de produções nacionais".
Segundo Scheik, isso se trata de um grande incentivo ao público consumidor de música que vai ter produtos de qualidade com preços mais acessíveis. Ele também avalia que hoje em dia é difícil competir contra o formato digital em MP3 por conta da facilidade em disponibilizá-lo através da internet, porém os verdadeiros colecionadores de discos de vinil nunca abandonam o formato. "Com o advento dos formatos digitais a ideia de você ter o disco físico acabou perdendo o valor em nome de uma melhor qualidade e portabilidade. Porém, hoje em dia existem tecnologias que possibilitam prensagens em vinil com alta qualidade, algo que derruba a máxima de que formatos digitais são sempre melhores", finaliza Lucas.
Um dos proprietários da loja Jam Sons Raros, de Novo Hamburgo, confirma: "A venda de vinis está aumentando. Até mesmo pessoas que não ouvem estão comprando. É quase como colecionar selos, pois boa parte desse pessoal compra os discos, mas continua ouvindo os albuns em formato MP3." Ele também acha que um dos maiores culpados dessa disseminação da idéia é a grande mídia, que nos impõe diariamente, de maneira sutil mas repetitiva, o objeto do toca-discos como algo cotidiano. "O público que busca o vinil não tem idade, nem estilos específicos, é bastante variado", conclui ele.
Caio Junior Kolling Pereira, 2º semestre
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