Em 2002, quando o filme Elvis e Madona começou a ser produzido, de forma totalmente independente, o tema da transexualidade era um tabu ainda maior. Até agora, o filme já foi exibido em 20 festivais ao redor do mundo e abocanhou seis prêmios de uma só vez no Festival de Cinema de Natal do ano passado. O longa retrata o romance às avessas entre Elvis, uma motociclista lésbica (interpretada pela atriz Simone Spoladore), e Madona, travesti interpretada pelo ator Igor Contrim.
Durante a coletiva sobre o filme, na tarde de segunda-feira, o diretor e roteirista Marcelo Laffitte explicou por que levou 10 anos para que o filme saísse do papel. "Nenhuma produtora queria ver o seu nome vinculado a um filme de travesti", conta, "e ele foi produzido com recursos do prêmio Oi para projetos independentes". Além disso, Laffitte criticou a dificuldade de se passar filmes nacionais nos cinemas brasileiros. "A briga é passar nossos filmes quando se tem na fila um monte de outros filmes que eu não tenho nem palavra publicável para descrever", disse.
Já o ator Igor Contrim (que recentemente participou do programa A Fazenda 2), falou sobre o laboratório que fez para interpretar um personagem homossexual. "Visitei a Lapa (no Rio), assisti a shows de drag queens e conversei com travestis", conta, "mas Madona era um personagem especial, e para isso eu precisava achar uma verdade própria". O filme, lançado em 2009, foi exibido na noite de domingo e concorre na Mostra Panorâmica.
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